27 de julho de 2011

Leonce e Lena - FIM

Escrito em 1836, o texto de Georg Buchner ainda nos traz muita reflexão.

Ao que parece a história simples de Leonce e Lena é bobinha, pois trata apenas de um conto de amor (?). Mas se percebermos bem, não é só isso.

Com todos os seus personagens que parecem sérios, mas que por traz escondem a sua mensagem, essa simples historinha consegue nos provocar até hoje, tocando em assuntos sérios, como por exemplo: Ética (que foi o tema da mostra do Macunaíma).

Viajar por esta história foi, sem dúvida, um grande aprendizado intelectual, como atores e, sem dúvida alguma, como pessoa.

A história questiona, entre outras coisas, o tédio, o amor, a atitude, o conformismo...

Falar de Leonce e Lena hoje em dia, pode soar até como bobagem. Mas bobo é aquele que se apega a certezas e não vai atrás de buscar o incerto e, por quê não, aprender com ele.

Este semestre foi realmente especial para o grupo.

Evoluímos e crescemos e, Leonce e Lena nos trouxe este crescimento e talvez um pouco de maturidade.

Estudamos mensagens que queríamos dizer ao mundo, escutamos as mensagens um do outro e, trabalhamos em forma de equipe para montar este espetáculo.

E, como eu já havia dito, não há como negar, Leonce e Lena nasceu em nós e carregamos hoje as mensagens que ontem talvez nem sabíamos que traríamos.

Parece que em 1836 Georg Buchner já sabia bem o que questionar no mundo. Coisas que ainda questionamos.

Saliento algumas coisas do texto que acredito que valem à pena serem relembrados:

"O tédio é a origem de todos os vícios. O que as pessoas não fazem por um bom tédio?"

"Você não tem pai nem mãe, apenas as cinco vogais juntas o criaram.

E você, meu príncipe, é um livro sem letras, apenas com reticências e nada mais"

"Eu poderia amar, por que não? A gente caminha tão só e tateia por uma mão que nos segure, até que venha o anjo da morte, separe as mãos e as cruze, sobre o peito de cada um. Mas por quê bater um prego através de duas mãos que não se procuravam, o que fez minha mão?"

"Me sinto como se estivesse preso em uma sala cheia de espelhos onde não posso ousar esticar os braços, senão os espelhos cairiam e ficariam ao chão quebrados e me deixariam diante da parede lisa e nua."

"E a minha palavra real?

Console-se sua majestade, com outras majestades. Uma palavra real é uma coisa que... que... que nada é."

"Porque eu entendo que se um corpo tá cansado, ele encontra qualquer lugar para repousar, mas e quando o espírito está cansado, onde ele vai repousar?"

"Ergo Bibamus. Essa garrafa não é uma idéia, não é uma amante, ela não sofre das dores do parto. Ela é sempre a mesma, da primeira a última gota. Basta que você tire o lacre dele para que todos os sonhos que nela dormitam, jorrem ao seu encontro."

"Sempre? Sempre é uma palavra muito comprida. E se eu te amar por mais 5 mil anos e 7 meses, é o suficiente?"

Não... nenhuma palavra é suficiente para expressar o quão bom foi fazer Leonce e Lena, o quão aprendemos com o texto, com as pesquisas e o quanto evoluímos.

Nos despedimos aqui deste semestre maravilhoso e desse texto tocante.

Com toda a certeza Leonce e Lena deixaram seus filhos... e cada um de nós levará um deles!

Agradeço aqui a:

Felipe de Menezes - Diretor
Eli Ridolfi - Assistente de Direção
Fernando Alves - Som
Marco Souza - Luz

e

Alessandra Ganan
Bruna Faggion
Camila Vidigoi
Deborah Carvalho
Fabiana Zanelli
Joca Sanches
Mariana Maciel
Murilo Rocha
Nilsete Souza
Ricardo Barros.

E a todos que nos assistiram.

"Nossa dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo, tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos. Nós ainda somos os mesmos e vivemos. Ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais"

13 de junho de 2011

Protocolo Poético - 11 e 12 de junho.

Alívio.

Prazer.

Agora, o frio na barriga começa a surgir...

Misto de sentimentos.

E a gente nem sabe mais o que sente...

Daqui três sextas vamos estrear: LEONCE E LENA.

E ontem, no domingo, conseguimos chegar ao final da peça...

Agora é hora de arregaçar as mangas, levantar as barras das calças e correr com todos os preparativos para que tudo aquilo que imaginamos, se realize.

Alguns estão ansiosos.

Outros, enlouquecendo!... hahaha

Mas tem coisa melhor?

Neste final de semana ensaiamos do meio para o final da peça e agora é fazer os últimos (e não pequenos) ajustes para concluir de vez.

Quase 6 meses de trabalho.

Muitas descobertas.

Muitos desafios vencidos.

Muito drama.

Muito comédia.

E pra alguns, até um tragedinha, quando pensou que não se chegaria ao final da peça.

Mas cá estamos nós.

Não dá pra comparar à vida?

Leonce e Lena nasceu em nós, cresceu, se desenvolveu, ganhou corpo, idéias e estrutura e está quase dando seus filhos (aprendizados e essência, e todas aquelas palavrinhas que queríamos dizer ao mundo) à aqueles que vão ver a peça. E depois? Depois acabará. Talvez renasça no Re-Apresenta do Macu, mas depois, morrerá.

Mas, assim como uma estrela, continuará brilhando, mesmo que em nós e naqueles a quem tocou, mesmo que lá no fundo, lá dentro, lá no coração ou na alma.

E aí?

E aí uma nova vida (peça) irá nascer...

E nós?

Nós nunca mais seremos os mesmos.


Bru


9 de junho de 2011

Nova Arte


Algumas semanas atrás, duas pessoas do grupo acabaram saindo, cada um pelo seu motivo e deixaram de trilhar conosco esta (des)construção de Leonce e Lena.

Enquanto estiveram, agregaram, um pelo seu jeito divertido e ousado de ser e de pensar e de agir. A outra pela sua delicadeza e inocência e, sem dúvida, farão muito falta.

Agradecemos por toda a ajuda da Nath e do Paulo e que eles sejam felizes no caminho que escolheram trilhar.

Agora temos uma nova imagem, que já não tem o nome deles:


Mas tudo o que aprendemos com eles, vamos levar para o palco e para a vida.

"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida" - Vinicius de Moraes.

Bru


5 de junho de 2011

Protocolo dos dias 28 e 29 de maio

Depois de algum tempo fora das aulas, retornei no ensaio do dia 28. Este tempo ausente da turma foi ruim para meu acompanhamento, mas foi bom para ver a evolução da turma e da montagem. Os personagens parecem que já estão “dando as caras” na peça, que até então estava mais apoiada nos anseios dos próprios atores e o que cada um gostaria de passar nas apresentações. O ensaio evoluiu bem, chegando até a cena de apresentação da Lena e da Governanta.

No dia seguinte realizamos o primeiro ensaio no teatro 4 da unidade Barra Funda, local em que serão feitas as apresentações. Durante esse dia foi possível checar o espaço, fazer a ambientação, verificar as facilidades e dificuldades que serão enfrentadas no momento da encenação. Dentre as facilidades, estão o grande espaço que nos proporcionará mais possibilidades criativas e interações diferenciadas. Entre as dificuldades, as diversas entradas em cena por lados diferentes da sala, trazendo uma cobrança maior de quem estiver fora do espaço cênico.

Agora é a hora de evoluirmos na passagem das cenas e de agilizar a parte de produção, incluindo figurinos, cenários e divulgação da peça.

Realmente foi muito bom voltar e esse tempo ausente mostrou o quanto o teatro é especial e nos transforma para a vida inteira.

Bjs,
Mari.

17 de maio de 2011

PROTOCOLO DO ENCONTRO - 13.05


No encontro de sexta, realizado em um bar, estavam Felipe, Ricardo, Nilzete, Joca e Fabiana.
Foram discutidos pontos voltados principalmente para o cenário e então fizemos uma lista com todos os itens para providenciar.
Consequentemente levantamos questões envolvendo o "caixa" e a necessidade de um compromisso neste sentido.
Trocamos ideias, impressões e algumas serão aproveitadas na peça. Estes encontros mais descontraídos, e nem por isso menos produtivo, deveriam fazer parte da rotina do nosso grupo.

Fabiana.

16/04

Iniciamos com um aquecimento proposto pelo Eli, e então, o professor Felipe pediu para q nos dividíssemos em duplas e fizéssemos uma improvisação das primeiras cenas, ou a cena de Leonce e Valério ou a cena de Leonce e perceptor e para que nessa cena usássemos os movimentos que observamos na aula anterior, que eram movimentos de pessoas no shopping, o professor pediu para que observássemos um menino, uma menina e um idoso, e como não tivemos muito tempo para isso, pediu para que continuássemos observando também durante a semana.

Após as improvisações a sala foi dividida em dois grupos, e o professor pediu para que montássemos uma foto, uma foto q representasse o tédio. Depois dessa divisão cada grupo montou sua foto e um grupo observou o outro, e disse o que achava, depois o Felipe pediu para que algumas pessoas de um grupo passasse para o outro e visse e versa, para que pudesse opinar e mudar o que fosse preciso na foto, e depois um grupo comentou sobre o outro novamente e então a aula foi finalizada.

Deborah Carrascozza de Carvalho

PROTOCOLO DO ENCONTRO - 14.05


Apesar da triste notícia da saída do Paulo do nosso grupo, este encontro foi marcado pelo fortalecimento.
Felipe propôs um exercício relacionado ao sentimento de união, de grupo (com os blocos) e esta é uma questão muito presente (ou ausente) em nossa turma. Iniciamos nossa trajetória desunidos e ao longo deste período, superando os obstáculos, os laços foram se fortalecendo.
Na minha opinião, neste sábado todos estavam mais envolvidos, como algum tempo não acontecia, e este clima de envolvimento propiciou um ensaio mais produtivo, estendendo-se até um novo encontro, que ocorreu no domingo.
No final, algumas questões mais práticas foram discutidas e uma imagem mais concreta da peça vai se delineando.

Fabiana


ENCONTRO

A cada encontro: o imprevisível
A cada interrupção da rotina: algo inusitado.
A cada elemento novo: surpresas
A cada elemento já parecidamente conhecido:
desconhecimento
A cada encontro: um novo desafio, mesmo que
supostamente já vivido
A cada tempo: novo parto, novo compromisso.
A cada conflito: nova faceta insuspeitável
A cada aula: descobrimento de terras ainda não
desbravejadas
A cada aula uma aventura.
A cada aula uma revelação.
A cada aula uma perplexidade.
Cada aula um caminho na busca de mim mesma.
Cada aula um nascimento com o outro.

Madalena Freire





Protocolo aulas 23 e 30 de Abril.

Começamos a dar uma cara pra peça.

O professor dividiu o grupo em 2.

O primeiro grupo montaria a primeira cena; O segundo, a segunda.

Para isso, precisaríamos ler a cena, definir os personagens (podendo utilizar os que já estavam escalados), saber o que queríamos dizer com aquela cena e como a faríamos.

O professor pediu que dentro do grupo tivesse 1 que fosse o "Diretor" , que poderia também entrar atuando.

O trabalho foi grande.

A criação também.

Os dois grupos mostraram elementos positivos e que acabaram se completando em cena.

Acho que seria interessante que as pessoas do grupo comentassem dizendo sobre essa experiência de montar a cena e entregá-la "pronta" para o diretor ir arrumando daqui e dali.

Para mim foi um momento de muito aprendizado, onde pude utilizar a questão do "Olhar de fora" e participar contribuindo para uma cena da qual eu não estava fazendo parte como atriz, mas estava fazendo parte perante grupo.

E aí, o que foi para vocês?

9 de maio de 2011

Imagem Final de Leonce e Lena

Como traduzir Leonce e Lena, sem torná-lo extremamente infantil?

Essa foi uma das preocupações na montagem do desenho que representaria a peça.

Algumas idéias surgiram, a princípio com um "que" de subjetividade (talvez uma das palavras que descreva este nosso processo).

Surgiu idéias como máscaras escondidas umas nas outras, ou como uma linha em vermelho que separava Leonce e Lena.

Até que o Murilo mandou um desenho de Leonce e Lena que todo mundo gostou.

Na aula retrasada o Felipe deu a idéia de escrevermos sobre este desenho coisas que tivessem significado para nós.

E foi assim que, lapidando um pouquinho, chegamos a imagem final.

Uma imagem que fala por si só do processo e que conta, através de algumas de nossas palavras postadas, aqui neste blog, um pouco sobre como pensamos todo o caminho até chegarmos aqui.

Uma imagem que, do mesmo jeito que a peça, pode a princípio apenas ser bonita. Mas que esconde, nas entrelinhas, as suas mensagens:





14 de abril de 2011

PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO-AULA DO DIA 09/04

Foi pedido para que o grupo viesse, com as três primeiras cenas estudadas, a turma foi dividida em 2 grupos para montar a 1º e a 2º cena, uma pessoa do grupo poderia dirigir a cena, o que ajuda muito no processo de criação, porque dá a possibilidade de se ver a cena de fora para dentro, cada grupo apresentou a cena e um comentou sobre o outro que ajuda no crescimento individual e do grupo. Cada personagem começa a ser desenhado nessa fase em que estamos,foi comentado que o Rei Pedro pode ser no estilo Bufão, e a Roseta no estilo Barby,afetada e estérica, isso leva cada um a investigar seu personagem com mais detalhes. O grupo está se sentindo desafiado e isso ajuda muito no processo de desenvolvimento. Nilsete de Souza

5 de abril de 2011

Hora de passarmos para o segundo plano - aula de 02/04

Depois de muita ansiedade, o espetáculo começou a se concretizar e tomar forma no espaço e nas nossas ações. Algo que já estava nas nossas mentes começou a vir à tona de forma clara e simples.

Como parte dos nossos exercícios de aquecimento, pintamos a sala por meio de movimentos corporais. Pintamos o espetáculo em nossa imaginação.

Para começar a concepção do nosso prólogo, a turma foi dividida em dois grupos para que cada um criasse uma espécie de jogral diferenciado, em que pudessem contar a história da peça como atores mesmo a um grupo de pessoas. Neste momento já percebemos como as atividades e discussões que tivemos nas últimas semanas nos alinharam para que caminhássemos em uma mesma direção.

Com idéias diferentes, mas concepções e formatos parecidos, os dois grupos começaram a apresentação de costas para a plateia e depois viraram revelando o que era o espetáculo na verdade, qual era a intenção daquela ação e o que estava realmente por trás daquela história. A partir de uma mescla entre as duas apresentações, nosso prólogo começou a ser criado.

Por meio de uma representação aparentemente boba, assim como a história de Leonce e Lena, é possível identificar nossas discussões para chegarmos até esse texto, o momento em que tivemos o primeiro contato com a história e o momento em que aprendemos a revelar o que está subentendido, o que está nas entrelinhas. O momento em que as máscaras caíram e conseguimos identificar como o que queremos falar para o mundo está implícito nas linhas de um texto escrito há tanto tempo e de forma tão despretensiosa.

A partir daí chega a hora de sairmos do momento do discurso e irmos para o momento da ação, se vestir desses personagens que trazem tantas coisas distantes da nossa realidade e ao mesmo tempo tão próximas dos nossos anseios, dúvidas e vontades. Na frente do público vamos nos despir como atores e nos vestirmos com as características desses personagens. Para alguns, inclusive para mim, um momento muito desafiador esse de se apresentar antes como “nós mesmos”, antes de nos encaixarmos dentro de um personagem. Personagens esses, aliás, que ainda não estão determinados e devem ser escolhidos nas próximas aulas.

Durante a aula de Teoria, a profa. Lívia discutiu conosco o que é o primeiro plano e o que é o segundo plano de uma personagem. De acordo com a definição, o segundo plano é aquilo que está implícito e faz parte da vida interna da personagem. Ao pensar no nosso prólogo, é como se os personagens estivessem em primeiro plano a partir desse momento, mas os atores continuassem ali em segundo plano. O momento em que deixamos nossa aparência, jeito de falar e atitudes comuns escondidas, mas para usar os trejeitos, falas e maneiras dos personagens simplesmente para mostrar o que temos escondido e o que queremos dizer ao mundo, como estamos buscando desde o primeiro dia de aula deste semestre.

As datas foram definidas: 01, 02 e 03 de julho. Quando vamos exibir o fim de um processo e o começo de várias novas descobertas.

Analisando o período que passou neste semestre e como foi o semestre passado, vejo que conseguimos amadurecer algumas coisas e outras nem tanto, mas o mais importante foi não nos cansarmos do caminho que muitas vezes é longo. Um sinal de que estamos conseguindo nos distanciar de algo apontado no texto em algumas das falas que mais me chamaram a atenção até agora:

"Leonce – Ó, todo caminho é longo! O picar do caruncho em nosso peito é lento e cada gota de sangue mede o seu tempo, e nossa vida é uma febre rastejante. Para pés cansados, todo caminho é longo demais...

Lena – E para olhos cansados toda luz é forte demais, e para lábios cansados todo sopro é pesado demais, e para ouvidos cansados cada palavra é excessiva."

Hora de descansarmos nos nossos personagens.

Postado por: Mari Maciel

28 de março de 2011

O Ator


Por mais que as cruentas e inglórias

Batalhas do cotidiano

Tornem um homem duro ou cínico

O suficiente para fazê-lo indiferente

Às desgraças e alegrias coletivas,

Sempre haverá no seu coração,

Por minúsculo que seja,

Um recanto suave

Onde ele guarda ecos dos sons

De algum momento de amor já vivido.


Bendito seja

Quem souber dirigir-se

A esse homem

Que se deixou endurecer,

De forma a atingi-lo

No pequeno porém macio

Núcleo da sua sensibilidade.

E por aí despertá-lo,

Tirá-lo da apatia,

Essa grotesca

Forma de auto-destruição

A que por desencanto

Ou medo se sujeita.

E por aí inquietá-lo

E comovê-lo para

As lutas comuns da libertação.


O ator tem esse dom.

Ele tem o talento de atingir as pessoas

Nos pontos onde não existem defesas.

O ator, não o autor ou o diretor,

Tem esse dom.

Por isso o artista do teatro é o ator.

O público vai ao teatro por causa dele.

O autor e o diretor só são bons na medida

Em que dão margem a grandes interpretações.


Mas o ator deve se conscientizar

De que é um cristo da humanidade:

Seu talento é muito mais

Uma condenação do que uma dádiva.

Ele tem que saber que para ser

Um ator de verdade, vai ter que fazer

Mil e uma renúncias, mil e um sacrifícios.

É preciso coragem,

Muita humildade e, sobretudo,

Um transbordamento de amor fraterno

Para abdicar da própria personalidade

Em favor de seus personagens,

Com a única intenção de fazer

A sociedade entender

Que o ser humano não tem

Instintos e sensibilidades padronizados,

Como pretendem os hipócritas

Com seus códigos de ética.


Amo o ator

Nas suas alucinantes variações de humor,

Nas suas crises de euforia ou depressão.

Amo o ator no desespero de sua insegurança,

Quando ele, como viajor solitário,

Sem a bússola da fé ou da ideologia,

É obrigado a vagar pelos labirintos de sua mente

Procurando, no seu mais secreto íntimo,

Afinidades com as distorções de caráter

De seu personagem.


Amo o ator

Mais ainda quando,

Depois de tantos martírios,

Surge no palco com segurança,

Oferecendo seu corpo, sua voz,

Sua alma, sua sensibilidade

Para expor, sem nenhuma reserva,

Toda a fragilidade do ser humano

Reprimido, violentado.

Amo o ator por se emprestar inteiro

Para expor à platéia

Os aleijões da alma humana,

Com a única finalidade

De que o público

Se compreenda, se fortaleça

E caminhe no rumo

De um mundo melhor,

A ser construído

Pela harmonia e pelo amor.


Amo o ator

Consciente de que

A recompensa possível

Não é o dinheiro, nem o aplauso,

Mas a esperança de poder

Rir todos os risos

E chorar todos os prantos.

Amo o ator consciente de que,

No palco, cada palavra

E cada gesto são efêmeros,

Pois nada registra nem documenta

Sua grandeza.


Amo o ator e por ele amo o teatro.

Sei que é por ele que

O teatro é eterno

E jamais será superado

Por qualquer arte que

Se valha da técnica mecânica.


(Plínio Marcos)


Meu presente a vocês.

Dia 27 de março dia do Teatro.


Paulo Galrão.

26 de março de 2011

Protocolo 19 de março

Como crianças nós rimos, nós choramos, como crianças nós sentimos.

Há quem diga que não, que sua fase de criança já passou que como era bom o tempo em que não tinha responsabilidades, e que a vida se resumiria em sorrisos e abraços.

Quando entramos no macu, éramos apenas “bebes” onde no básico aprendemos a dar pequenos passos nesse mundo maravilhoso, em que cada aula se resumiria em sorrisos e abraços.

No pa1 diria que éramos aquela fase na infância onde estamos começando a entrar na escola, onde temos que fazer pequenas coisas, que por ter pouca relevância, elas saiam quase como naturalmente.

O pa2a foi aquela em que seria o finalzinho da infância e o começo da adolescência, ou de forma mais simples, a pré – adolescência. As responsabilidades duplicaram para alguns e quadruplicaram para outros, houve gente, que, depois desse aumento “repentino” de atividades e tarefas extra-classe pensaram em até desistir alegando a falta de tempo.

Sim, teve gente que saiu por seus “n” motivos, não as culpo, cada um tem a sua razão.

Mas quanto mais os semestres passam, mais independentes ficamos como a adolescência.

Sim, fraquejamos o semestre passado, quando realmente não dava para fazer, não nos comunicávamos e dizíamos “Ah, no sábado a gente resolve”. E assim foram 6 meses de dores de cabeça inúteis e choros.

Ano novo, fase nova. Somos agora pa2b, e continuamos a pecar no mesmo quesito, responsabilidade.

Somos agora adolescentes, espera que a gente faça tudo aquilo que peçam sem espaço para desculpas quando não é feito, pois somos adolescentes, e é isso que fazem.

Sábado passado tivemos a sorte de voltar a ser criança com o aquecimento do Eli. Tapa na bunda, foi essa a brincadeira. Corremos, rimos, nos divertimos, nos conhecemos.

Chegava a hora de sermos mais sérios, a apresentação do anti-seminário do grupo restante.

Foi essa a hora do choque, o grupo não tinha feito.

Alguns pesquisaram, deram uma lida, mas não tinha como encaixar idéias rápidas com a proposta do trabalho.

Quando a bronca foi dada, voltamos a ser crianças. Cabeças abaixadas, um clima chato no ar, igualzinho quando mãe briga com o filho.

Mas logo isso melhorou, quando começamos a falar da nossa peça, e as novas idéias e duvidas que surgiram ao longo da semana.

Um exercício proposto pelo Felipe fez muita gente suar no sábado.

Primeiramente correr o quanto você pode pela a sala, depois quando uma musica estiver tocando, fazermos movimentos que saiam da coluna, explorando todos os planos.

Quando estávamos muito cansados, quase parando igual estatua no lugar, ele pediu para que nos parássemos e escrevêssemos tudo que vier a nossa mente.

Ao final disso era para que nós saíssemos sem dizer nenhuma palavra e analisar movimentos que saíssem a partir da coluna de 3 pessoas no shopping: Um menino, uma menina e um velho. Para que pudéssemos usar semana que vem em cena.

Outra coisa que ficou para que nós respondêssemos na semana, foi: O que é o tédio para você?

By Camila

22 de março de 2011

Falando nisso...

Dando continuidade ao que foi postado pela Bruna, me lembrei de um poema (na verdade é a união de dois poemas) do Fernando Pessoa, que usei na aula do Lucas no semestre retrasado.
Falando em tédio, mudanças, etc., acho que se encaixa bem.

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.

Não se acostume com o que não o faz feliz. Revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!"

Fernando Pessoa.

21 de março de 2011

Tédio...

Quando saímos da aula de sábado, fiquei pensando:

- O que me entedia?

Procurava em todos os momentos do meu dia e não conseguia encontrar o tédio, pelo menos não o encontrava assim, exibido.

Então, me ocorreu outro questionamento.

- O que é o tédio?

Pensei que alguns de vocês possam ter passado pelo mesmo questionamento.

Dizer coisas que me incomodam no dia-a-dia seria fácil.

Mas será que me incomodando elas me entediam?

Qual a diferença?

Então comecei a procurar pelo Google...rs... e surgiram algumas definições que me ajudaram, de alguma forma a reconhecer o tédio, quanto sentimento...

"Segundo a observação do filósofo William James, “o tédio resulta de se estar atento à própria passagem do tempo”.

É um estado de desinteresse ou de falta de energia, como reação a estímulos percebidos como monótonos, repetitivos ou tediosos. Ocorre pela falta de coisas interessantes para se olhar, ouvir, perceber etc., ou para fazer (física o intelectualmente), quando não se deseja estar sem fazer nada."

Tédio nome masculino

1. enfado; aborrecimento; fastio
2. Nojo
3. Desgosto (Do lat. taedìu-, «id.»)

"Se a sua vida é um tédio, é porque você tornou ela um tédio. Vá atrás do que você quer, mas tenha sempre em mente que nunca vai ser, exatamente como você quer. Você sempre estará preso a obrigações que te o darão direito de fazer alguma coisa que gosta. Exemplo: Você terá que acordar cedo, responder à alguém, receber salário e pegar fila no banco, mas suas recompensa será o tempo com as pessoas importantes para você.

As pessoas se sentem sufocadas na rotina, que de fato é entediante, afinal seu trabalho, por mais que você goste, te traz obrigações infernais, póda sua liberdade e te leva a fazer o que você não quer, quando você nao quer. Ninguém quer todo dia acordar cedo, pegar um ônibus lotado e ficar no escritório. Geralmente, se você gosta do que faz é bom, mas você não pode faltar um dia. Não pode falar, não, isso eu não quero fazer hoje.

Quanto mais crescemos, mais essas obriações cotidianas, repetitivas e nem um pouco excitantes tomam conta de quase todo nosso tempo.

Amadurecer é aceitar que sua vida não será mágica e que a vida é uma filha da puta, às vezes cruel, às vezes repetitiva e sem graça. Mas que ela vale à pena, porque é também emocionante e traz breves momentos de alegria.

O tédio de querer alguma mudança drástica na vida, tipo um grande amor, uma grande virada, etc, é fraqueza, ou ilusão romântica. "

E é isso galera.

Queria saber também o que vocês acham do tédio... para me ajudar mais um pouquinho nessa busca do tédio que há na minha vida.

Se alguém teve as mesmas dúvidas que eu, espero ter ajudado.

Beijos

Bru.

14 de março de 2011

Meu presente para vocês.

Quantos passos demos até aqui?

1, 2, 10 e 1000?

Importa?

Todos nós chegamos aqui, hoje, por algum motivo que nos cabe.

Os passos que nos trouxeram até aqui eram diferentes.

Mas chegamos.

Começamos pelo básico. É sempre assim, sempre começamos pelo be-a-ba.

Mas aí crescemos.

Mudamos.

E só o fizemos porque tivemos pessoas que nos desafiaram a desafiar o mundo. Pessoas essas que traziam em si e distribuiam conhecimento. Conhecimento adquirido. Conhecimento experimentado.

Sempre olhavámos eles como espelhos do conhecimento. Me lembro bem.

E quem vai dizer que não são?

Enquanto os pais nos ensinam sobre a vida.

Eles nos ensinam a como reconhecer o mundo na arte.

Como reconhecer e amar a arte em nós.

Porque de alguma maneira peculiar, fomos tocados.

Graças a Deus!! rs

Mas, além deles nos acrescentarem, tiveram pessoas que nos acrescentaram também, em cada um dos momentos. Essas pessoas somos nós mesmos.

Nós nos acrescentamos antes de darmos as mãos. Nos momentos em que ousamos dar a alguns e no momento em que abraçamos a todos.

Cada um sempre teve algo a ensinar para o outro. E para aprender também.

Só Deus sabe o quanto eu aprendi e o quanto eu aprendo com vocês.

Só eu sei como cada um de vocês me marcou, de alguma forma, me surpreendendo, me mostrando novas visões de ver as coisas, me dando um abraço ou um aperto de mão.

Vocês, sementinhas básicas de ontem, hoje de tornam plantinhas que começaram a crescer e tenho certeza que no PA2-B continuarão crescendo.

E, se um dia pararem de crescer, só peço um favor. Não se acomodem.

Jamais deixem de chegar em casa e reparar nos quadros.

Agradeço a vocês por esses quase 02 anos juntos.

E espero que tenhamos sempre mais e mais momentos.

E muito mais crescimento.

Espero que um dia nos tornemos grandes árvores e que possamos dar belos frutos.

By Bruna Faggion

Manipulação

Essa foi a palavra que, para mim, marcou a nossa última aula... O termo 'manipulação' é composto das raízes latinas manus (mão) e pleo (encher). A ação correspondente, manipulare, manipulatio, se referia à arte de combinar ou manusear as ervas, flores, sementes, enfim, substãncias, para obter um resultado especial, distinto do que se podia esperar das propriedades, qualidades, energias e leis características desses elementos isolados... O manipulador, no sentido etmológico, obtém resultados maravilhosamente distintos daqueles que são próprios dos ingredientes naturais, mas sem os alterar previamente. Por isso se supõe nele um conhecimento, uma ciência e uma arte de como combinar essas propriedades.

Foi isso que percebi no instigante anti-seminário do primeiro grupo, composto pela Alê, Bruna, Camila, Murilo e Nathalia. A vida e a obra de Büchner foram misturadas em uma encenação envolvendo imagens
, objetos e sons. A impressão dos que assistiram serão discutidas na próxima aula, assim como a apresentação do outro grupo.

Em seguida nosso orientador e diretor propôs duas atividades... em ambas buscou-se por contato físico, por sedução ou dissimulação, induzir mudanças nas atitudes e comportamentos de um ou mais companheiros. O termo 'marionete' foi usado como imagem para a relação entre o manipulador e seu objeto...

Na nossa conversa final foram pontuadas algumas questões:

  • Os atores podem, se quiserem, escolher um personagem que lhe agradem... só não devem manifestar sua preferência e sim defender essa preferência durante as encenações ao longo da preparação...
  • O blog está precisando de ser vitalizado, manipulado, construído por todos os participantes do processo, para não se tornar um relato frio de atividades... é importante que, à cada postagem, surjam comentários, discussões, idéias sobre o que foi postado....
  • Vamos estudar o peça a ser montada também pela visão de estudiosos do assunto, procurando entender os objetivos do autor com a obra. O primeiro texto abordará o trágico na obra, aparentemente cômica...
  • A Camila levantou mais uma vez a questão da caixinha... já estamos atrasados com a contribuição de fevereiro e já estamos em meados de março...
  • O Felipe lembrou que, nesse momento, todas as idéias para a montagem são válidas, a não ser que se mostrem inadequadas em cena...
  • Foi proposto o seguinte exercício: cada pessoa deverá contar a estória para uma criança, observando suas reações. O objetivo desse exercício é avaliar o interesse que a estória desperta na criança, além de nos permitir treinar o 'contar estórias' e perceber os pontos mais interessantes da estória...
  • Sobre a montagem propriamente dita, a idéia inicial é a que todos os atores fiquem muito em cena e que, portanto, tenham muita disponibilidade física em termos de expressão corporal... a encenação pode envolver manipulação humana ou mesmo marionetes...vai ser proposto o Teatro 4 para a apresentação, onde a platéia fica dividida em dois grupos e a peça se desenrola entre esses dois grupos. Não se pretende, em princípio, o rodízio de atores e/ou personagens.... As datas inicialmente pensadas para a apresentação seriam de 01 a 03 de julho. Tudo ainda dependendo de confirmação...
  • Como nosso tempo é curto, teremos provavelmente ensaios extras, com todo o grupo ou parte dele e, o mais importante, a concentração nesse momento é fundamental, ou seja, no momento do ensaio, o mundo exterior dever ficar fora da sala, isso incluindo mensagens no celular, ligações, etc....

10 de março de 2011

Protocolo aula 26/02

Hoje não definimos uma palavra, mas quem disse que não aprendemos nada?

Aprendemos já começando pelos exercícios de alongamento corporal propostos pelo Eli, assistente de direção,dentre estes podemos destacar um que foi extremamente diferente para a turma, pois era baseado no Yoga.

Em seguida, lemos a nossa peça “Leonce e Lena” de Georg Buchner e o Felipe fez a seguinte pergunta: Qual foi a primeira impressão que vocês tiveram com relação ao texto? Como em qualquer lugar as pessoas não possuem os mesmo pensamentos,pontos de vistas e inclusive os mesmos gostos, por que nesse caso iria ser diferente, não é mesmo?

Foi exatamente isso que aconteceu com a nossa turma.Tiveram pessoas que aprovaram não só o conteúdo como a estrutura, porém outras trouxeram problemáticas. Mas é claro que problema não é sinônimo de algo ruim, ao contrário, é sinônimo de algo desafiador e eventualmente algo que poderemos aprender.


Por isso mesmo no quadro abaixo estão presente algumas opiniões sobre a peça:

Pontos Positivos

Problemas

Sutilezas

Vocabulário

Equilíbrio entre drama e cômico

Falas longas

Muitas ferramentas de trabalho

Compreensão das sutilezas

Falta de ações

Tom declamatório

Ausência de dinamismo

Depois de muitas discussões com relação a essa nova peça, o professor Felipe apenas introduziu algumas características do estilo do Büchner e comentou alguns dos problemas citados acima.


Felipe: O Büchner vai atacar determinados setores da sociedade de uma forma poética, ou seja, como dizer o que queremos dizer sem discursar? Sem a fala, mas sim do jeito que nós sabemos fazer: por meio da arte. Como eu disse e repito para vocês esse textocentrismo de vocês não é nada quando se está comparando com o que a gente quer falar, mas antes precisamos ter certeza do que a gente quer falar.


Possibilidade de haver outra peça:

Felipe: Eu poderia até pensar em alguma outra coisa mais técnica, mais cômodo, porém para essa turma precisa de algo muito bobo em termos de fabula para que a fabula ficasse escondida e vocês aparecessem, vocês, eu quero dizer o discurso de vocês. Porém, nessa peça tudo existe uma justificativa.
Para vocês perceberem nós iremos ler teóricos que contextualizaram sobre essa peça.

Respondendo aos problemas apontados pelo Murilo:

Murilo: O problema está na quantidade de personagens.

Felipe: Eu posso te responder de duas formas. Primeiro , isso aqui é teatro e só pelo fato de eu dizer isso é teatro significa muito, já que teatro é uma arte autônoma ela não precisa de vocês para brilharem ela brilha por si só, o que eu quero dizer é que você precisam parar com isso de que o protagonista é o melhor papel e que o restante não. A nossa função como nós, atores, poderemos transformar isso. Qual é o motivo de tanta preocupação? É porque vocês querem ficar mais tempo no palco? O que é, o que é ? Eu já vou dizer que se esse for o caso “ Vocês já eram comigo!” O diretor quando percebe que o ator quer aparecer mais já corta isso!

Resposta aos problemas apontados pela Fabi:

Fabi: Criticas são muitos sutis.

Felipe: Eu vejo isso como sendo um problema que nós teremos que enfrentar.

Resposta aos problemas apontados pela Alessandra:

Alessandra: Tom declamatório me incomoda.

Felipe: Por ser declamatório já me desafia e isso é uma coisa que eu gosto. Mas porque a gente não gosta do tom declamatório? Por que a gente não está acostumado a ouvir? Por que é chato? Vamos buscar o que nos causa essa repulsa quando falamos no tom declamatório Uma coisa que eu gosto são os problemas.


Tarefas:


1) Ler pelo menos três vezes na semana essa texto; se dedicar todos os dias para essa montagem.
2) Grupos de pesquisa para apresentação da trajetória de Büchner, porém anti-seminário.


Postado por Nathália.

20 de fevereiro de 2011

Leonce e Lena

Começamos a aula, acredito eu que todas as aulas começarão assim, formando uma roda e comentando sobre a aula passada, as instalações e nosso blog e depois de todos os assuntos resgatados iniciou-se a montagem das últimas instalações.

Visitamos o trabalho de cada um dos que faltavam, observamos, pensamos, tocamos e sentimos como já havíamos feito nas instalações da aula passada.. Enfim passamos pelo menos processo e formamos novamente a roda.

Antes de comentar as instalações dessa aula, voltamos para as instalações que não conseguimos comentar aula passada.

A instalação da Camila foi baseada na palavra enxergar. Uma cartolina branca com um fundo rosa choque, um olho feito bem no meio e diversos elementos em volta, elementos que devemos prestar mais atenção e perceber mais no nosso dia-a-dia. A instalação da Deborah foi baseada na palavra viva. Composta por fotos do decorres da sua vida e por frases que ela leva como verdadeiras e que guiam a maneira em que vive sua vida.

O primeiro presente foi da Nil, a música O que é? O que é? Do Gonzaguinha, para cantarmos juntos.


O presente da Natalia, um poema que ela gostaria muito de compartilhar conosco, da Cecília Meireles chamado Desenho.

Desenho

Traça a reta e a curva,
a quebrada e a sinuosa
Tudo é preciso.
De tudo viverás.

Cuida com exatidão da perpendicular
e das paralelas perfeitas.
Com apurado rigor.
Sem esquadro, sem nível, sem fio de prumo,
traçarás perspectivas, projetarás estruturas.
Número, ritmo, distância, dimensão.
Tens os teus olhos, o teu pulso, a tua memória.

Construirás os labirintos impermanentes
que sucessivamente habitarás.

Todos os dias estarás refazendo o teu desenho.
Não te fatigues logo. Tens trabalho para toda a vida.
E nem para o teu sepulcro terás a medida certa.

Somos sempre um pouco menos do que pensávamos.
Raramente, um pouco mais.

O presente do Ricardo foi chocolate! Chocolate meio amargo para todos nós representando a dicotomia que é a vida, às vezes muito boa e diversas vezes também muito complicada e difícil.

O presente do Murilo foi um caderno onde todos podemos escrever o que quisermos, um pensamento, um sentimento, uma ideia e eu fui a primeira a escrever um recado.

O meu presente foi uma dinâmica de “abraços”, uma historinha sobre as estrelas que representam os nossos sentimentos e cada um de nós éramos uma estrela que representava certo sentimento e as estrelas compartilhavam sua felicidade abraçando umas as outras assim como nós. Escolhi esse presente, pois precisamos estar bem conectados e em comunhão para que nossa nova peça funcione bem.

Todos os presentes resolvidos foi a hora de comentarmos as novas instalações.

A Mari trouxe um espelho deitado com diversos tipos de óculos, e um copo de água meio cheio ou meio vazio rs, que era para nos olharmos e perceber que uma mesma situação pode ser vista de diversas maneiras e vivida de diversos ângulos diferentes. A palavra era superação.

A instalação do Ricardo era um espelho com perguntas em volta do tipo “que é você”? “O que você busca?” Baseado na autoafirmação, ele acredita que precisamos ter um papo com a gente mesmo, se conhecer melhor.

A instalação da Nati foi baseada na palavra confiança, representada por uma cadeira e no alto da cadeira, na parede a figura de um nó. Nati ainda trouxe um texto do Arnaldo Jabor, que tinha a ver com a sua palavra escolhida. Aliás, um texto muito bacana mesmo.

A Nil se apoiou na palavra preservar e trouxe figuras de pintores como Monet e Picasso e cada uma delas representava uma visão diferente do adulto e da criança. Ela acredita que devemos cuidar e preservar nossas crianças para formamos adultos competentes e capazes de enfrentar suas dificuldades.

Eu gostaria até de me desculpar com a sala e com o Felipe, pois durante a apresentação dela alguma coisa me tocou e senti a necessidade de desabafar e compartilhar algo com vocês, mas foi algo que fugiu da proposta e não tinha a ver com o que estávamos fazendo, mas obrigado por escutarem.. rs

Depois do intervalo estávamos muito ansiosos para saber o texto que vamos montar, o Felipe explicou que escolheu o texto baseado no que ele sabia da gente, e o que ele acreditava ser do nosso “tamanho” e próprio para o momento e que é um texto divertido e bem escrito.

Chama-se Leonce e Lena. Nenhum de nós conhecia o texto e acredito que todo mundo saiu da aula do mesmo jeito que eu, louca para chegar em casa e ver do que isso se trata na real. Sábado que vem começamos a leitura. E a próxima pessoa que estiver a fim de escrever no blog já pode se preparar.

Acho que é isso! Vocês podem comentar coisas que eu deixe passar ou que vocês queiram dizer.


15 de fevereiro de 2011

Diferenças (Instalação Alessandra Ganan)

Fim - Livia Velardi (Presente de Camila Vidigoi)

FIM

Inevitável, antagonista, solitário.

Em cada passo o esperamos, a cada segundo o encontramos.

Alívios, sorrisos, lágrimas, abraços, passos e promessas.

Por mais previsível que pareça, é imprevisível!

Quando mais o queremos ele demora para chegar.

Mas quando estamos bem, bate um suspiro e ele está lá,

Olhando-te nos olhos com um sorriso no rosto,

Como se fosse devorar tudo aquilo que você passou tempos construindo.

O indestrutível foi destruído, de alguma maneira.

O que era para sempre, acabou!

Esse é o fim, ou o começo que simplesmente chegou.

(autora: Lívia Belardi)

Texto de Martha Medeiros (Presente enviado por Joca)

Morre Lentamente - Pablo Neruda (Presente entregue por Mari Maciel)


Morre lentamente 


Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.
(Autor: Pablo Neruda)

Dia de Instalação

Atitude, assim foi a palavra  que definiu a mais um dia de trabalho.

Começamos o sábado muito bem,com uma pequena roda de conversa, muita concentração  e esquecendo o que acontecia fora do nosso meio, a  pedido do professor Felipe.

Logo em seguida um pequeno bate papo para relembrar o que tinha acontecido na aula anterior.

Dando início à entrega dos presentes, Mariana Maciel começa muitíssimo bem, entregando um poema com uma pequena dedicatória a cada pessoa da turma.

Dez minutos, esse foi o tempo estipulado pelo professor para que cada um pegasse seu espaço e montasse sua instalação.

Em grupo visitamos o trabalho de cada colega. Tocamos, cheiramos, lemos,escutamos,pensamos. Tirando nossas conclusões a partir do que o amigo (a) queria nos passar com sua instalação.

Deborah- Viva
“Eu não tenho tempo para mais nada, ser feliz me consome muito.”
(Clarisse Lispector)
Deborah usou fotos de amigos e familiares para justificar o seu modo de ver, a palavra “viva”.

Joca- Acorda
Um globo terrestre pendurado por uma caixa de fio dental.Uma vela logo abaixo como se algo “aquecesse” o mundo.
Pelo meu modo de ver,  Joca queria falar um pouco de aquecimento global ao utilizar-se do recurso da vela, buscando dizer que o mundo estava literalmente  na “ boca do povo” pelo fato de estar pendurado por um fio dental. 

Alessandra- Diferenças
Nos mostrou um vídeo bem objetivo, fazendo uma junção de textos e pensamentos. Alessandra deu seu grito de diversidade ao mundo. 

Paulo- Simples
Mostrando que o simples não tem um porque, é simples, é natural, é necessário.

Camila- Enxergar
Mostrando diversas palavras como:
amor, vida, paz, fidelidade, família e etc...
As palavras se encontravam dentro de um olho desenhado em um E.V.A branco.

Murilo- Tudo
Uma cama feita no chão com lençóis.
Murilo quis mostrar que tudo começa e termina em uma cama,e que ao deitar ele eleva seus pensamentos...

Bruna- Essência
Conhecemos 10% do iceberg , porque os outros 90% ficam embaixo da água.
Pegando 3 bolinhas e 2 latinhas Bruna montou um esquema muito interessante para nos mostrar  o que estava querendo nos dizer.

Próximo presente?

Deborah Carrascoza tirou muita água dos olhos de Bruna e emocionou a turma ao mostrar um vídeo com fotos desde quando tudo começou até o Pa2a. Relembrando pessoas que passaram em nossa turma.

Pausa para um café.

Voltando com mais presentes, Camila Vidigoi também traz um belo texto destinado a turma. Seguida por Joca, que traz uma imagem de um palco vazio com uma frase, após a finalização dos presentes, um exercício foi lançado por Felipe.

Tema: Um grupo de pessoas alegres/embriagadas tem como objetivo alegrar um grupo de pessoas tristes. Criem!

Os grupos foram divididos em:
Paulo, Bruna, Camila, Murilo, Ricardo e Nathalia
 sendo assim, o outro ficou composto por:
Mariana, Joca, Nilsete, Alessandra e Deborah.
Passando –se todo exercício , fizemos uma roda para debater sobre o tema proposto e mais alguns outros pontos relevantes que tinham acontecido ao decorrer da tarde.

Vamos ver o que os Deuses nos preparam para semana que vem?

O que será que a próxima turma levara para instalação?

E os presentinhos? Ficarão por conta de quem?

Bom, a próxima pessoa que nos contará tudo o que aconteceu no próximo final de semana será Alessandra Ganan .

Fica aqui o meu olhar sobre o ocorrido.

Beijos 

Paulo Galrão.

“ O que não sabe é um imbecil. O que sabe e cala é um criminoso”.
(Bertolt Brecht)

9 de fevereiro de 2011

Protocolo primeira aula - 05/02/2011

Surpresa.

Essa foi a palavra que denominou a primeira aula de montagem.

Surpresa porque fomos desafiados:


- Nos avaliamos.

Não é fácil se avaliar, é?... sabemos que não. Por mais que pensemos, nem sempre temos a ousadia de falar para os outros, ou para nós mesmos.

Mas é necessário se avaliar, para poder crescer, se desenvolver, aprender.


- Descobrimos o que queríamos, pelo menos naquele momento, dizer ao mundo.

O professor fez uma atividade, pediu que imaginássemos que por um momento o mundo tinha parado para ouvir o que tínhamos para dizer, em uma frase, a ele.

"O que você diria?" - Ele perguntou.

Outra tarefa difícil. O que dizer? Por que dizer?


- Encenamos o que queríamos dizer.

O professor pediu que tranformassemos a frase em uma palavra.

Se já é difícil dizer uma frase, imagina passar uma mensagem inteira através de uma palavra.

Mas cada um escolheu a sua e em dois grupos, divididos pelo assistente, dissemos através de uma cena o que queríamos dizer.

Acho que o resultado foi bem interessante:

De um lado a idéia de que fugir dos padrões da sociedade te faz parecer um louco. E que um "louco", fugindo desses padrões às vezes consegue ser mais feliz do que uma pessoa "normal".

Do outro, a idéia de que não somos realmente livres. Que vivemos presos a conceitos, a regras e que elas nos fecham em um quadrado e, que por mais que tentemos escapar, sempre há uma nova barreira a vencer.


- Por fim... o professor pediu que trouxéssemos um presente ao grupo.

Para mim presente está sendo esse semestre onde podemos nos desafiar, crescer. Juntos.

O professor pediu também que fizéssemos uma instalação na sala com a palavra que diríamos ao mundo.

Acho que talvez seja um modo de não nos afastar de nosso objetivo...

Pediu também que aprendêssemos flauta doce.

Intrigante, diferente...

Acho que depois de toda essa aula, só nos resta ir atrás de vencermos os desafios para que possam vir melhores, para que possamos mais vezes ser surpreendidos, para que possamos sempre, crescer.